Você já ouviu falar no Vinho Verde? Apesar do nome aparentar que a principal característica da bebida será sua cor, esse tipo de vinho não é verde e muito menos um estilo, podendo ele ser tanto, tinto, quanto branco ou rosé.
O que é então o Vinho Verde? Descubra aqui a resposta para essa pergunta e aprenda mais sobre essa bebida produzida em Portugal, que ganhou fama entre os apreciadores de um bom vinho. Boa leitura!
O que é o Vinho Verde?

Denomina-se como Vinho Verde a bebida produzida a partir de uvas cultivadas em uma região específica do norte de Portugal, que compõem uma D.O.C – Denominação de Origem Controlada.
A D.O.C é um sistema implementado primeiramente por Portugal, e posteriormente por outros países, para que os seus produtos agrícolas – como o vinho e o queijo – que possuem características únicas por serem produzidos em determinada região, não fossem falsificados.
Qual é a região da D.O.C do Vinho Verde?
Para ser considerado um Vinho Verde originário de Portugal, a bebida deve ser produzida dentro dos 110 mil hectares que compõem a sua D.O.C. Inclusive a demarcação da região onde esses vinhos são produzidos é uma das mais antigas de Portugal, com mais de 110 anos.
Esses hectares se estendem sobre a província do Minho, que conta com nove sub-regiões:
- Amarante;
- Ave;
- Baião;
- Basto
- Cávado;
- Lima;
- Monção;
- Melgaço;
- Paiva;
- e Sousa.
Por que o nome de Vinho Verde?
Se as garrafas que recebem este selo não indicam que a cor do vinho é verde, por que então as bebidas produzidas na região ganharam esse nome?
A versão mais aceita, é que ele seja uma referência a paisagem da região, que possui muitos tons de verde, sendo conhecida como o Jardim de Portugal.
História do Vinho Verde

Vinho verde portugal
Para entendermos a importância da bebida para o país, e o porquê da sua popularidade, vamos remontar a tempos antigos, na época do Império Romano.
Textos clássicos, como o do filósofo Sêneca – que viveu entre 4 a.C. e 65 d.C. – mencionaram os vinhos produzidos no que hoje é a província do Minho.
A partir do século XII as garrafas de Vinho Verde começaram a ser exportadas para outros países, principalmente a Inglaterra e a Alemanha.
Já no século XIII a bebida começou a ser descarregada nos portos ingleses.
Em tempos contemporâneos o Vinho Verde passou a ganhar maior respaldo para que as suas características fossem preservadas e ele não fosse falsificado:
- Em 1908 foi publicada uma lei que definiu qual era a região demarcada para a produção de Vinho Verde;
- Em 1926 foi estabelecida uma regulamentação que define como deve ocorrer o cultivo das uvas e a produção de vinho para que ele possa ser enquadrado como Verde.
- Em 1984 é reconhecida a D.O.C dos Vinhos Verdes.
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Qual a diferença do vinho verde para os demais vinhos?
Você deve estar se perguntando: o que os Vinhos Verdes têm de tão especial para terem a sua produção controlada?
Vamos começar a construir a resposta para ela com o clima: a região onde esses vinhos são produzidos possui um clima mediterrâneo e, em simultâneo, sofre com influências do Oceano Atlântico, tornando o clima mais ameno.
Essa característica unida ao seu solo mais granítico confere a uva mais leveza e frescor. Qualidades essas que explicam a joviedade das garrafas, já que logo após a finalização da produção, as garrafas recém produzidas garantem uma ótima experiência.
A partir de qual uva é feito o vinho verde
47 castas de uvas são autorizadas para a produção do Vinho Verde. Porém, as que acabaram se popularizando, por gerarem melhores vinhos na opinião dos consumidores, são as seguintes:
Uvas brancas:
- Alvarinho;
- Arinto;
- Avesso;
- Azal;
- Loureiro;
- Fernão Pires;
- Trajadura.
Uvas tintas:
- Espadeiro;
- Borraçal;
- Amaral;
- Touriga Nacional.
Características sensoriais do vinho verde
Marcado pela leveza e o frescor, os Vinhos Verdes são normalmente jovens, de baixo teor alcoólico e com grande potencial de harmonização gastronômica.
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Por conta dessas qualidades, e da maior propensão à produção de uvas claras, cerca de 80% dos vinhos produzidos na região determinada são brancos.
Confira um pouco mais sobre as características de cada tipo de vinho abaixo:
Branco
Ao degustar uma garrafa de Vinho Verde branco você notará que ele é muito aromático e revela notas de florais e frutadas. A coloração pode ser um pouco mais escura do que outros vinhos brancos e no paladar, o que predomina é o frescor junto à acidez.
Tinto
Os vinhos tintos produzidos na D.O.C em questão são mais encorpados, porém, não perdem a característica do fresco e da acidez. É possível sentir neles aromas de frutas vermelhas mais amadurecidas.
Rosé
Seguindo a linha dos vinhos tintos, o rosé também traz aromas de frutas vermelhas, porém, não tão maduras.
Espumante
Os espumantes produzidos na região do Vinho Verde também são uma excelente opção para quem está procurando frescor, revelando aromas de amêndoas e pão torrado.
Outros alimentos com origem controlada
Além dos Vinhos Verdes produzidos no norte de Portugal, outros alimentos também recebem selos similares ao D.O.C para terem a sua produção controlada, e suas características garantidas, confira alguns deles:
- Champagne: ao contrário do que muitos pensam, o Champagne não é um tipo de bebida, mas sim um espumante. Para poder receber esse nome, a bebida deve ser produzida na região de Champagne, na França;
- Queijo Grana Padano: a Itália é responsável pela produção de queijos com sabores únicos, entres eles o Grana Padano, que tem a sua produção fixada no Vale do Pó, ao norte do país;
- Queijo da Serra da Canastra: o Brasil tem possui os seus mecanismos para preservar a produção de seus produtos de origem, como o queijo da Serra da Canastra de Minas Gerais, que conta com indicação de origem para evitar falsificações.
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